Anteontem no espaço Die Schreinerei participamos de um debate realizado pela Lusofonia. Era nosso último dia em Munique e nossa participação restringiu-se apenas à ilustração musical do assunto em pauta: O Brasil depois da Copa do Mundo. O convite foi feito pelo Luis Maria Hölzl do Bavaschôro, nosso produtor local, diga-se de passagem. O evento contou com a participação do jornalista turco Ekrem Gülzedere, e do ator e bailarino Mario Lopes, do DMV22 e que é nosso produtor. A apresentação do Turco se fundamentou nos dados fornecidos pelo artigo "World Protests 2006-2013" e o crescente interesse mútuo entre as nações turca e brasileira demonstrado em Junho de 2013 quando tanto a praça taksim em Istanbul quanto as principais capitais brasileiras encontravam-se em plena agitação! A fala de Mario Lopes foi estruturada pelas perguntas dirigidas à ele a respeito do sentimento geral da nação brasileira após a euforia da Copa. Os membros do Bavaschôro e do Ôctôctô se reuniram para tocar alguns sambas e choros de modo a ilustrar musicalmente para o público esse Brasil que estava em pauta. Na ocasião, foi imperativo tocar "Meu Caro Amigo" de Chico Buarque por conta do tema de sua letra: "aqui na terra estão jogando futebol/ tem muito samba muito choro e rock n'roll/ uns dias chove noutros dias fazem sol/ mas o que eu quero é lhe dizer/ que a coisa aqui está preta". Já que estavam todos presentes tocamos um samba até um pouco mais tarde.
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Na última quarta-feira o Ôctôctô foi ao Gasteig de Munique para realizar mais um concerto em nossa passagem pela Alemanha. O Gasteig é um pólo cultural bastante importante e que, em sua sala principal, abriga a Filarmônica de Munique. Um de seus palcos é a Blackbox, sala menor dedicada à música alternativa e à chamada world music. É pra lá que fomos. Como sempre por aqui, um grande piano à disposição para o Márcio Modesto tocar: Não era uma piano de cauda inteira como no Einstein Kultur, mas era de meia-cauda o que é mais do que o suficiente para uma sala como a Blackbox e para o tipo de som que iríamos fazer. Mais uma vez optamos por não "eletrificar" demais o nosso som. Isto é, um microfone condensador para a flautista Cibele Palopoli amplificada por apenas um monitor de retorno posicionado ao lado dela servindo ao público. Evidentemente, baixo e guitarra contaram com amplificadores excelentes para soarem. O desafio ficou por conta da participação do multi-instrumentista Ludwig Himpsl, do Bavaschôro: ![]() Sua participação em "Não Esqueci" como percussionista também precisou ser "elétrica" porque para o pandeiro, instrumento com o qual faria um improviso, também utilizou um condensador e um monitor apenas próximo a si. Outras participações aconteceram, principalmente com membros do grupo Bavaschôro como Xaver Himpsl e o próprio Ludwig (que tocou trompa): Na foto pode-se ver o percussionista moçambicano Lionel Dzidzi que tocou conosco também. O Márcio Schuster, também chorão bavário, tocou no naipe conosco e também solou em nossa concertante "Longe, mas Perto" . Os membros do grupo bávaro que tocam instrumentos de cordas também participaram com o Luis Maria Hölzl e Henrique Miranda Rebouças: Afora este conjunto e os seus membros, Guto Brinholi, compositor paulista radicado em Munique participou e regeu uma de suas composições conosco. Tocamos "Keller", tema hipnótico e anguloso cujo nome quer dizer porão, onde a música foi escrita. Para finalizar tocamos com todos os convidados no palco o Choro da Contínua amizade de André Mehmari para celebrar o encontro e encerrar a noite. Foi uma noite incrível. Inesquecível para cada um dos integrantes do Ôctôctô. Ficam mais uma vez, nossos agradecimentos à Universidade de São Paulo, ao Prof. Dr. Michael Alpert, ao Goethe-Instut, ao Departamento de Cultura de Munique e ao Einstein-Kultur.
No primeiro dia de encontros, apesar de estarmos com a agenda no Einstein, ficamos na igreja de São Bonifácio, juntamente com aqueles artistas que tanto interesse tinham pela música brasileira. Os outros dias aconteceram no Einstein Kultur, e foram bastante interessantes, pois lá começou a tomar forma o show que fizemos na sala de concerto Blackbox, e que foi repleto de participações especiais. Quando ainda estávamos no Brasil, pensávamos ter uma participação especial de um músico local em um momento apenas, na obra "Longe, mas Perto". No final das contas, houve participações especiais em "Não Esqueci", "Choro da Contínua Amizade" e uma música composta e regida pelo Guto Brinholi, que era totalmente nova para o ôctôctô: "Keller". Do alemão, "porão", a obra traz a atmosfera do local onde foi composta.
Preparação em tempo recorde, altos riscos para se correr, mas a qualidade individual dos músicos fez do processo das oficinas e da preparação algo muito tranquilo. Chegamos para a passagem de som no Einstein Kultur. A sala é bastante bela, no quarto subsolo e mostra um ótimo aproveitamento arquitetônico espaço que foi construído pela cervejaria Union. Tem tudo para dar certo inclusive um técnico de som, o Hans, que é muito boa gente e inteligente. ![]() Como a sala tem apenas 100 lugares optamos por realizar a amplificação através do PA apenas da voz para falar com o público e do contrabaixo, mas este apenas do lado direito do palco. Também com o intuito de preservar a "imagem estéreo" da banda pusemos um microfone condensador Schoeps na flauta ligado apenas às com caixas de retorno. Estas porém serviram ao público. |
O GrupoÉ um octeto dedicado a composição e à interpretação de obras de modo a fazer pontes entre a música brasileira e a erudita. Arquivos
October 2017
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